O nosso grupo ficou encarregado de planejar e executar uma intervenção no jardim externo da Escola de Arquitetura, a partir de um diagnóstico feito desse espaço. No diagnóstico, os principais pontos levantados foram a falta de bancos, o que não permitia uma completa apropriação do lugar, e a falta de iluminação durante o período da noite.
Atendo-nos a essas questões, inicialmente pensamos em fazer uma intervenção que duraria aproximadamente uma semana e que, pelo menos por esse tempo, solucionasse esses dois problemas. Discutimos então a idéia de fazermos bancos e mesas de madeira para colocarmos em toda a área do jardim, juntamente com a ativação dos pontos de luz existentes, que não estão sendo usados há tempos. Entretanto, resolvemos estender a questão do uso também visando os moradores da região, e assim tivemos a idéia de desenharmos uma amarelinha no chão, inspirados no fato de que algumas famílias usam o jardim durante os fins de semana.
Contudo, nossa idéia para a intervenção começou a caminhar na direção de algo menos óbvio e menos concreto, visando mais um impacto visual que levasse as pessoas a pensar sobre o uso (ou a falta dele) do jardim. Assim vieram as idéias de iluminar o lugar com luzinhas de natal, ocupar a grama com siluetas de arame (transmitindo a idéia de que as pessoas podem e devem se apropriar do espaço gramado) e colocar alguns móveis dentro do laguinho existente no jardim, ação provocativa que conteria implicitamente a pergunta: “O banco está aqui, mas você se sentaria?”.
O grupo continuou seguindo essa linha de pensamento, até que chegamos à idéia final: encher o jardim com móveis de balão, e fazer uma iluminação que ponha em foco apenas os pontos onde se encontraram nossos trabalhos. O conceito dessa intervenção ainda se baseia na má utilização do lugar como um lugar de convivência, mas a questão é levantada de um modo muito mais abstrato. Construindo bancos, mesas e sofás de balão, e dispondo essas estruturas por todo o jardim, queremos que as pessoas reflitam se aquele ambiente não deveria ser mesmo mais cheio e mais freqüentado, além de fazermos com que elas realmente desejem que lá existam, de fato, móveis, uma vez que ninguém poderá usufruir de uma estrutura de balão.
Duelo de MC'S Viaduto de Santa Teresa
Há 14 anos